Bahia de Todos os Fatos

...1900 - 1909...

Inaugurado o palácio do governo

Governadores:
Luiz Viana
Severino dos Santos Vieira
Presidente da Assembleia Geral:
José Aquino Tanajura
Presidente do Tribunal de Justiça:
Pedro Marianni

Severino Vieira é eleito governador do estado.

Em mensagem apresentada à Assembleia Geral, o governador Luiz Viana faz um balanço da sua administração, antes de deixar o cargo. Em relação à segurança, diz que as desordens aparentes foram provocadas mais por descontentes políticos; que a Instrução Pública foi bem aparelhada,
com o crescimento do Ginásio da Bahia e da Escola Normal e que a Lei Orgânica do Ensino vai fazendo evoluir o mesmo; na agricultura, a cana-de-açúcar ainda é o grande ciclo de riqueza, com a expansão das usinas açucareiras, e, diante da seca no sertão, o governo determinou a construção de açudes nas regiões mais castigadas; que já chegam a 69 os títulos de legitimação de posse concedidos. Que na política de imigração concentrou muitos esforços, com acomodações razoáveis para agricultores, artistas, jardineiros e candidatos à criadagem, lamentando, entretanto, que nem todos ficassem, logo retornando para São Paulo ou Rio de Janeiro. Apresentando informações acerca das receitas e despesas, afirma que o estado está com seus pagamentos atualizados, apesar da diminuição da arrecadação no ano anterior. Finalizando, declara que, apesar de tudo, manteve obras em execução, tais como prédios, estradas de ferro, açudes e pontes.

Severino Vieira chega da capital federal, onde ocupava o Ministério da Indústria e Viação, para assumir o governo da Bahia em substituição a Luiz Viana.

Realiza-se manifestação operária, na capital, em homenagem ao governador que sai, Luiz Viana, e ao que assume, Severino Vieira.

O jornalista Eduardo Saboya critica a gestão do ex-governador Luiz Viana, sobretudo no que se refere à prestação de contas, chegando, mesmo, a exigir provas que possam desmenti-lo quanto às denúncias que faz.

 

Governador Severino dos Santos Vieira

 Critica a compostura moral e a postura ética do ex-governador, sobretudo em relação à atuação do jornal do qual é proprietário.

A Câmara dos Deputados autoriza o governo do estado a abrir uma estrada de rodagem partindo da Lapa até a Vila da Baixa Grande.

Na 32ª Sessão Ordinária da Câmara dos Deputados, é lido, para discussão, o projeto nº 1 do Senado, de 1899, com dois artigos dispondo sobre o pagamento em dobro do soldo dos oficiais que estiveram na operação de Guerra de Canudos, compreendendo-se como palco da operação o território de Queimadas até Canudos.

Começam as diligências solicitadas por J.J. Seabra para investigação das falsificações nas eleições de dezembro do ano anterior. As diligências constataram as irregularidades.

É inaugurado o novo Palácio do Governo, após dez anos de obras de restauração do antigo prédio, construído em 1549.

Por ordem do chefe da Segurança Pública, diversas agências e escritórios do jogo do bicho são fechados e várias pessoas, presas.

O governador autoriza a contratação de funcionários para a construção de usinas de açúcar.

São realizados os festejos de Reis, na Lapinha, com a presença das bandas de música do 1º, 2º e  5 º Batalhões da Brigada Policial.

Inicia-se o Carnaval com a programação de quatro bailes a fantasia no Politeama Baiano e o chefe da Segurança Pública nomeia cidadãos para constituírem as comissões carnavalescas.

Palácio do Governo, Salvador (mais tarde Palácio Rio Branco).

Palácio do Governo, Salvador (mais tarde Palácio Rio Branco).

Nas ruas da cidade do Salvador, a “Alvorada Carnavalesca”, em sua passeata anual, distribui um número especial do Jornal Carnavalesco. E, escrachando os políticos corruptos, pela primeira vez, desfila o Clube Carnavalesco Inocentes em Progresso, criado por um grupo de amigos egressos do Clube Cruz Vermelha.

Fato inédito no Carnaval: membros da embaixada africana participam da festa, que tem ainda em destaque as passeatas dos “Imigrantes do Centro” e dos “Cavalheiros da África”.

É realizada a exposição do “Álbum da Bahia”, de José Mouros Wabriela. Em seus 21 volumes, o álbum mostra a ciência, as artes, a indústria e o comércio internos, com vistas à propaganda do estado na Exposição Universal de Paris.

É registrado em Salvador um caso de peste bubônica.

No Campo Santo, cavalheiros e membros do Comitê Patriótico da Bahia participam da inauguração do monumento em homenagem aos mortos de Canudos.

Passa a funcionar, no salão nobre do Teatro São João, o cinematógrafo, antes instalado na rua Carlos Gomes.

É inaugurado o Liceu Salesiano de Salvador, com a função de recolher meninos desamparados e pobres para serem educados.

Intenso movimento teatral na cidade, com as encenações de O Conde de Monte Cristo, do francês Alexandre Dumas, no Politeama Baiano, eCeia do Cristo, no Teatro São João.

Na Praça da Piedade, a população baiana se reúne em quermesse e leilão, em prol das vítimas da seca no Ceará.

Médicos baianos se reúnem com o objetivo de tratar da criação de uma sociedade voltada para os doentes pobres, especialmente os tuberculosos.

A Bahia é sede da I Sessão do Congresso Católico, comemorativo do IV Centenário do Descobrimento do Brasil.

Morre na Bahia, aos 111 anos, o patriota Francisco das Chagas, o último sobrevivente dos heróis das lutas pela Independência travadas na ilha de Itaparica durante os dias 7, 8 e 9 de janeiro de 1823.

É fundado o Congresso Literário e Científico, uma sociedade composta por moças estudiosas e dedicadas às letras.

Inaugura-se a Associação Dramática Xisto Bahia, com encenação de peça teatral.

Espetáculo de peças cantadas pelos melhores artistas do teatro baiano realiza-se no Convento do São Bento, o “Teatrófono”.

Teatro São João, Salvador.

Teatro São João, Salvador.

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