Bahia de Todos os Fatos

...1900 - 1909...

Santos Dumont visita a Bahia

Governador:
Severino dos Santos Vieira
Presidente da Assembleia Geral:
José Aquino Tanajura
Presidente do Tribunal de Justiça:
Joaquim Antônio de Souza Spínola

Grupo de jovens baianos, em demonstração de patriotismo, cogita organizar um batalhão de voluntários a fim de seguir para o Acre, caso venha a ocorrer o rompimento de relações diplomáticas do Brasil com o governo boliviano, em decorrência de disputas envolvendo territórios fronteiriços entre os dois países. É firmado o Tratado de Petrópolis entre a Bolívia e o Brasil, solucionando-se a crise.

É lançado pelo Partido Republicano o nome de José Marcelino de Souza como candidato às eleições para o governo do estado.

A Bahia se mobiliza ante a intenção do governo federal de criar a Universidade Brasileira. O ministro do Interior, J.J. Seabra, prepara um projeto a ser oportunamente submetido à apreciação de uma comissão, enquanto diversos outros cidadãos baianos também esperam contribuir com seus projetos. A Escola de Medicina da Bahia ficaria anexa à universidade. A ideia não prospera.

É inaugurado o Educandário do Sagrado Coração, obedecendo às mais rigorosas exigências da pedagogia moderna. A instituição propõe-se a ministrar às meninas o ensino primário integral, dispondo, para esse fim, de corpo docente de reconhecida aptidão e de materiais técnicos recentemente trazidos da Europa.

Comemora-se, em sessão solene, o primeiro aniversário da fundação da Sociedade Baiana de Agricultura, com a presença do governador Severino Vieira.

A Secretaria de Agricultura do Estado da Bahia organiza a publicação de um boletim informativo sobre agricultura, contendo informações bastante variadas, atos oficiais, estudos agrícolas e outras informações úteis.

Por iniciativa da Sociedade Nacional de Agricultura e sob a da Sociedade Baiana de Agricultura, reúnem-se, em grande conferência em Salvador, os mais importantes lavradores de cana, fabricantes de açúcar e álcool e representantes de diversos estados, com o objetivo de encontrar saídas para a crise da indústria açucareira.

A Sociedade Nacional de Agricultura, sob auspícios do governo federal, promove exposição no Rio de Janeiro de aparelhos movidos a álcool, como resultado da “conferência açucareira” realizada na Bahia, na qual a aplicação do álcool como fonte de iluminação, produção de calor e força motriz teve reconhecida sua eficácia, devendo mesmo constituir-se em elemento de fundamental importância para a salvação e o desenvolvimento da indústria açucareira.

É instalado o Sindicato Agrícola de Iguape (Cachoeira), no Engenho do Calembá, de propriedade do deputado federal Joaquim Ignácio Tosta.

Trata-se da primeira instituição do gênero fundada no Brasil. O governo do estado, com o objetivo de promover o desenvolvimento da agricultura, fornece aos lavradores conhecimentos próprios à modificação das práticas rudimentares, ainda em uso nas diversas regiões do estado, na cultura e preparo do cacau.

O governo adquire, para a Fazenda Modelo do estado, um casal de animais da raça bovina nelore, com a finalidade de introduzir, entre os criadores da Bahia, uma raça dotada de qualidades preciosas, comuns nos rebanhos europeus, e que, ao mesmo tempo, ofereça resistência suficiente às nossas condições mesológicas.

A Bahia recebe a visita de Santos Dumont, que é homenageado no Palácio do Governo.
Morre ilustre baiano, o industrial Luís Tarquínio.
Em Salvador, os moradores das vizinhanças da Quinta dos Beatos, no distrito de Brotas, reclamam providências contra a prática do candomblé.

A festa do Bonfim é ornamentada com uma iluminação excepcional. Além de grandes focos de luzes, mais de mil lâmpadas elétricas de matizes variados preenchem todo o Largo do Bonfim, “emprestando-Ihe um aspecto majestoso e feérico”.

Realiza-se a festa do Rio Vermelho: romaria de aguadeiros, pescadores, lavadeiras e grande massa popular fazem a tradicional lavagem da igreja.

É distribuído o primeiro número do Jornal do Povo, sob a direção do conselheiro municipal Sérgio Cunha.

O chefe da Segurança Pública nomeia comissões distritais encarregadas de organizar os festejos carnavalescos. Recomenda, ainda, ao comissário auxiliar que convoque os promotores e diretores de clubes carnavalescos a apresentarem a programação e o itinerário dos desfiles, ficando, desde logo, vetada a utilização nos festejos de frases ofensivas à moral e aos bons costumes e às seitas religiosas, responsabilizando-se tais diretores pela manutenção da ordem entre os associados.

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