É publicada a reforma do ensino público: cumpre ao estado criar e manter uma escola elementar para cada sexo em todas as cidades, em todas as vilas e, a critério do governo, nos povoados mais importantes, sem prejuízo das que os municípios venham a criar e manter.

O governador do estado, com o propósito de contenção de gastos, promove a importação de todo o material necessário ao funcionamento das repartições públicas estaduais.

Na comarca de Monte Santo, presidiários sem recursos financeiros, presos há três anos e com seus processos já concluídos, clamam por julgamento. O juiz da comarca justifica a não convocação do júri por sentir-se coagido no exercício do cargo.

A seca aflige o sertão baiano. A vida torna-se difícil com a carestia dos gêneros de primeira necessidade, obrigando os sertanejos a se alimentarem de raízes de árvores. Noticia-se, inclusive, a ocorrência de diversos assaltos a engenhos e propriedades rurais na região de Santo Amaro da Purificação, por “indivíduos acossados pela seca”.

Comerciantes baianos, insatisfeitos com a taxação do álcool e bebidas alcóolicas, pelo imposto de consumo, reivindicam do governo do estado a revogação do tributo.
A tuberculose continua a fazer muitas vítimas.
Apesar do serviço de desinfecção geral em diversos pontos de Salvador, são notificados muitos casos da peste bubônica.

Como prevenção de higiene contra a peste bubônica, o Executivo municipal proíbe o funcionamento dos teatros Politeama e São João. A interdição é alvo de muitas críticas, em virtude de serem estes locais considerados de higiene impecável.

Os trabalhos da Faculdade de Medicina e do Ginásio da Bahia são suspensos, devido ao surto de peste bubônica em Salvador.

É implantada campanha de vacinação contra a peste bubônica em todo o estado.

A varíola se espalha sutilmente, assumindo alto grau de contaminação em Salvador. 

As primeiras medidas tomadas pelas autoridades em repressão às manifestações da população negra no Carnaval levam alguns grupos a desistirem de se apresentar. A esse respeito, assim se manifesta o Jornal de Notícias: “Podemos hoje noticiar, e o fazemos com grande contentamento, que alguns dos célebres grupos africanos desistiram do seu intento, perante o doutor Casimiro Lopes (chefe de polícia), pelo qual já não será tão grande quanto nos outros anos o número desses batuques, cuja exibição, longe de despertar prazer e alegria, causa tédio”.

O Largo da Lapinha é vistosamente ornamentado para os festejos dos Reis Magos. Em sua capela, encontra-se armado um bonito presépio. Flores são oferecidas aos ranchos que melhor se apresentam.

Morre de impaludismo, no Porto de São Luís do Maranhão, aos 25 anos de idade, o poeta baiano Francisco Mangabeira, que muito escreveu sobre o amor, em uma cadência única, a dos versos de nove sílabas. Nas suas últimas palavras, incluem-se: “Morro sem abraçar o meu pai. Como é que morre um poeta com 25 anos?” Além de O hostiário, seu primeiro livro de versos, escreveu A tragédia épica – poemas escritos sob a influência das lutas de Canudos, sentindo a alma revolucionada com os espetáculos sangrentos das pelejas e dos combates.

O teatro é sempre uma constante na vida cultural em Salvador. São muitas as companhias dramáticas que aqui se apresentam, com grande aceitação do público.

Inaugurada a Ponte Severino Vieira. Construída sobre o rio Paraguaçu e considerada uma verdadeira obra de arte, digna da metalurgia inglesa, liga a localidade de Sítio Novo (atual cidade de laçu) ao município de Itaberaba. A imprensa noticia, ainda, que a ponte “é semelhante à afamada ponte metálica que liga São Félix a Cachoeira”.