Governadores:
Vital Henrique Batista Soares
Presidente da Assembleia Geral:
Frederico Costa
Presidente do Tribunal de Justiça:
Pedro Ribeiro de Araújo Bittencourt
Entre as comemorações do Dois de Julho, destaque maior para a promulgação da Reforma da Constituição Baiana. A Assembleia Geral do estado reúne-se solenemente para a cerimônia, presidida por Frederico Costa.
É fundado em Salvador o Centro Político Baiano, para animar os ideais políticos e incrementar o alistamento eleitoral.
A Bahia participa da Exposição Ibero-Americana de Sevilha, na Espanha,
com variado mostruário de produtos naturais e industriais. Em destaque
uma valiosa coleção de carbonatos e diamantes das Lavras.
Sancionada lei de controle de qualidade dos produtos produzidos no estado, com a seguinte ementa: “Manda submeter a inspeção e classificação, por peritos técnicos da Bolsa de Mercadorias da Bahia, qualquer gênero de produção do estado, destinado à exportação, sob os quais emitirão certificado qualitativo de acordo com os tipos oficializados pela lei.”
O governo inglês questiona nossas importações de bebidas durante o período da lei seca. Descobriu-se por meio da Repartição de Estatística que os maiores fornecedores de bebidas para a Bahia foram França, Espanha, Suíça, Inglaterra e Portugal.
Durante a posse da diretoria do Centro Acadêmico da Faculdade de Direito, o governador Vital Soares anuncia a concessão de um auxílio de 200 contos de réis para a construção do novo prédio da escola.
A Bahia ocupa o 2º lugar no mundo na produção de cacau, e 3° lugar na produção de fumo.
O flagelo da seca castiga mais uma vez o sertão e acentua o êxodo de famílias, especialmente de regiões ribeirinhas do São Francisco, com destino a São Paulo e Rio de Janeiro, em busca de trabalho.
A meningite cérebro-espinhal recrudesce no estado, fazendo vítimas. Outras moléstias infecciosas proliferam, dizimando a população baiana e as autoridades da Secretaria de Saúde são acusadas de incompetência por não conseguir detê-las.
Movimento grevista dos operários dos armazéns de fumo de São Félix e Muritiba, pleiteando aumento de salário.
A proliferação de cartomantes e adivinhadores em Salvador é reprimida pela ação da polícia, que inicia forte campanha contra tal atividade.
Regulamento da Linha Circular de bondes da capital proíbe pessoas descalças, ou sem colarinho e gravatas, de transitarem dentro de seus veículos, designando-lhes a parte posterior dos carros.
Começa a instalação dos telefones automáticos. Muito breve, deixaremos
de ouvir: “número, faz favor”.
O professor Juliano Moreira convence os amigos a transformar os recursos que seriam gastos em homenagens à sua pessoa em um prêmio destinado ao aluno da Faculdade de Medicina que se especializar em neurologia.
É inaugurado o Núcleo de Estudos Filosóficos da Faculdade de Direito, por iniciativa do professor Edgard Sanches.
É confeccionado em Salvador, por Jônathas da Cruz Rocha, um lindo piano de estilo moderno, com ótima afinação, comparável aos dos melhores fabricantes estrangeiros.
A Bahia é fonte de inspiração no canto de artistas populares brasileiros, que a enaltecem com seus sambas e canções de sucesso. Joracy Camargo, Sinhô, Luperce Miranda, Francisco Alves, todos cantam a boa terra, como J. Nepomuceno, em “Querida Bahia”:
“Querida Bahia,
A terra do vatapá,
Quem não vai à Bahia
Não sabe amar…”
O pai de santo Casemiro da Mata Escura tem a sua festa de Cosme e Damião interrompida pela polícia, que, mesmo após tê-la autorizado, não aceita que os santos meninos sejam cultuados com atabaques e rituais de candomblé.

A cantora baiana Dagmar de Cardoso Fortes revelou-se esplêndida dando a ideia dos amores poéticos da caboclada sertaneja ao cantar para a imprensa baiana na Associação dos Empregados do Comércio.
A Indústria Cinematográfica da Bahia produz os filmes Caldas de Cipó e O Cruzador Trento na Bahia, exibidos no Cinema Liceu, como demonstração das nossas possibilidades nesta arte.
O estudante de Direito Manoel Pinto de Aguiar, que viria a desempenhar papel importante na cultura baiana a partir de 1942, como editor, funda com outros companheiros (Hélio Simões, Carvalho Filho, entre outros), a revista Arco e flecha, que situaria a Bahia no movimento modernista.
Na Bahia, o modernismo não se lançaria iconoclasta, mas conciliador. A ponto de intelectuais como Arthur de Salles, Raimundo Correa, Deraldo Dias, entre outros de feição acadêmica, terem colaborado na revista. Para melhor aval à publicação, os jovens convidam o intelectual Carlos Chiacchio para colaborador.

As pranchas circulavam pela cidade sobre trilhos. Sem saber, foram as avós do Trio Elétrico.