Interventores:
João Vicente Bulcão Viana
Guilherme Marback
General Cândido Caldas
Presidente do Tribunal de Justiça:
Oscar Pinto de Souza Dantas
Em sessão secreta, o diretório do PSD baiano, sob a presidência de Guilherme Marback, expulsa o ex-interventor Pinto Aleixo dos seus quadros, sob acusação de traição.
O general Eurico Gaspar Dutra toma posse como o décimo sexto presidente da República.
Instala-se a Assembleia Nacional Constituinte.
Guilherme Marback é nomeado para o cargo de interventor federal na Bahia.
O povo baiano não permite que o Partido de Representação Popular realize sua convenção estadual, em clara repulsa à reorganização dos integralistas naquele partido.
A União dos Estudantes da Bahia (UEB) baixa resolução que define sua posição apartidária.
Decreto-lei do presidente da República regulamenta o direito de greve.
Otávio Mangabeira, líder da UDN na Assembleia Constituinte, num dos seus discursos: “… nos tempos que vão correndo, ou que passaram a correr, não há mais lugar para as democracias de fachada, de palavras e não de fatos; para a hipocrisia democrática de eleições poluídas pelo dinheiro público, pela compressão oficial exercida pelas prefeituras, pelo fisco, pela polícia; para grupos que vivem a conquista do poder para fazê-lo propriedade, repartindo entre si os seus proventos e privilégios, para uma nação dividida em classes (desiguais), das quais uma, no alto, se denomina dirigente; outra vai vivendo como Deus quer e é servido e, no fundo, a perder de vista, sepultada num atraso de séculos, a vasta e volumosa massa humana, sobre a qual se processa impunemente a passagem do tempo, sem que se abrande o seu destino… Não tenham ilusões: ou acabamos com isto ou isto acaba conosco”.
Luís Carlos Prestes, líder comunista, em debate de muita repercussão com funcionários da Justiça, afirma que, em caso de guerra contra a Rússia, os comunistas brasileiros agiriam como a Resistência Francesa e o povo italiano contra Pétain e Mussolini, isto é, lutariam para transformar a guerra imperialista em guerra de libertação nacional.
É criada, em 8 de abril, a Universidade Federal da Bahia, por meio do decreto-lei nº 9.155. Sua instalação se dá a 2 de julho, sendo seu primeiro reitor o professor Edgar Santos, então diretor da Faculdade de Medicina.
Tristes cenas na tribuna parlamentar: a bancada baiana do PSD se perde em xingamentos contra a direção nacional do partido do governo (o próprio PSD) e contra o presidente da República, enquanto enfrenta a defesa do governo, feita pelo deputado Juracy Magalhães.
É celebrado acordo entre o governo da Bahia e o Instituto Nacional de Estudos Pedagógicos, objetivando a construção e instalação de vinte e oito escolas na zona rural baiana.
A União dos Estudantes da Bahia inicia vigorosa campanha pela educação popular.
O interventor Marback solicita exoneração ao presidente da República, por entrar em desacordo com Renato Pinto Aleixo, sentindo-se tutelado por este. Dutra nomeia interinamente para o cargo Altino Teixeira.
O Tribunal Eleitoral do Distrito Federal requer o cancelamento do registro do Partido Comunista Brasileiro (PCB).
É inaugurada solenemente a Universidade Federal da Bahia, sob a presidência do ministro Souza Campos, com as presenças do interventor interino Altino Teixeira e do reitor Edgar Santos.
Sob a responsabilidade da União dos Estudantes da Bahia, o professor Pedro Calmon realiza conferência no Instituto Histórico e Geográfico sobre o tema “O Estudante na História da Pátria”.
O presidente Dutra nomeia interventor federal na Bahia o general Cândido Caldas. Este nomeia prefeito de Salvador o engenheiro Helenauro Soares.
A imprensa começa a denunciar o envio de verbas pela União Soviética ao Partido Comunista Brasileiro, para financiar guerra civil no país.
O ministro da Justiça suspende a circulação do jornal comunista Tribuna Popular.
É lançada, no Instituto da Ordem dos Advogados, a candidatura do deputado constituinte Otávio Mangabeira ao governo da Bahia.
A nova Constituição Brasileira é promulgada em sessão solene, em 18 de setembro. Um momento da maior importância para o Brasil, ilustrado, simbolicamente, pela caneta de ouro encomendada pelos funcionários do gabinete do presidente da Assembleia para assinatura da Carta. O ato é comunicado oficialmente ao presidente da República pelos líderes dos cinco partidos: Otávio Mangabeira (União Democrática Nacional), Nereu Ramos (Partido Social Democrático), Café Filho (Partido Progressista), Luís Carlos Prestes (Partido Comunista Brasileiro) e Baeta Neves (Partido Trabalhista Brasileiro).
A Caravana Agropastoril Cinematográfica visita o sertão baiano, exibindo filmes instrutivos para os fazendeiros.
Estatísticas econômicas indicam o cacau da Bahia como o principal produto entre as exportações brasileiras.
Realizada a sessão inaugural, em Salvador, do Convênio Interestadual de Combate à Maconha, assinado entre os estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe, que estará voltado para o combate sistemático à plantação da erva, inibindo-se, assim, a expansão da sua comercialização.
Comovente caso de miséria do cotidiano: o barraqueiro Adair Santos, avisado de que fora premiado com cem mil cruzeiros pela Loteria Federal, vende sua barraca, distribui tudo com os amigos. Constatada a brincadeira, no desespero, suicida-se ingerindo formicida.
É instalada em sessão solene a Associação dos Serventuários da Justiça do Estado da Bahia, tendo como primeiro presidente eleito Everaldo Cunha.
A mando de José de Souza Queiroz, residente em Juazeiro, a cidade de Pilão Arcado é tomada de assalto por cerca de cem jagunços, na sua maioria pernambucanos, e chefiados por um tal Miguel Umbuzeiros. A invasão é creditada a desavenças do mentor do assalto com pessoas da cidade.
Os cultos negros estão de luto: morre o mais antigo babalorixá da Bahia, Bernardi, do Bate-Folha, discípulo predileto do famoso Jubiabá. Bernardi se impôs entre os pais de santo, tendo batizado cerca de mil filhas de santo.
Inaugura-se com grande solenidade o Edifício Sulacap, na Ladeira do São Bento, onde será sediada a Sul América Capitalização (este edifício se tornaria um marco da Salvador moderna, inclusive pelo número de suicídios que nele se verificariam, na sua área interna aberta).
É criado o Serviço Social da Indústria (SESI).
Infelizmente para os atingidos por ela e vergonhoso para a sua população, Salvador já conta com dezoito mil vítimas da tuberculose. Estatísticas indicam também a existência de nove mil cegos no estado.
É realizado na Bahia o II Congresso Nacional de Tuberculose, doença que apresenta índices que variam entre trezentos a quinhentos óbitos por cem mil habitantes no estado.
A Bahia é um poderoso foco da doença de chagas, segundo o professor Adriano Pondé, cardiologista baiano, que leva à III Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Cardiologia, em Belo Horizonte, a tese “A Cardiopatia Chagásica em Salvador”.
No noticiário nacional, o transporte urbano de Salvador aparece como o melhor do país.
A Academia de Letras da Bahia defende a denominação de Língua Brasileira para o idioma português falado no Brasil.
É criado o Serviço Social do Comércio (SESC).
Morre o conhecido médico e professor Sabino Silva. Nascido em Bonfim de Feira, em 11 de julho de 1892, diplomou-se em Odontologia e Medicina pela Faculdade de Medicina da Bahia, vindo a ser titular das cátedras de Fisiologia e Clínica Médica. Filiado a diversas sociedades médicas do país e do exterior, foi membro durante muitos anos do Conselho Técnico Administrativo da Faculdade de Medicina.
Suicida-se a expressão máxima do samba na Bahia, a sambista Waldemira Alves.