Governador:
Antônio Balbino
Presidentes da Assembleia Legislativa:
Cícero Dantas
Artur Leite
Presidente do Tribunal de Justiça:
Clóvis Leone

Boletim do TRE dá conta de uma acentuada abstenção eleitoral na Bahia, no pleito de 54: só compareceram 62,35% dos eleitores.

Assume mandato na Assembleia Legislativa a suplente Ana Oliveira, do PL, em substituição ao deputado João Borges. Trata-se da primeira mulher a exercer mandato legislativo no estado desde 1937.

Na Praça da Sé, após divulgação oficial dos resultados das eleições presidenciais de 3 de outubro do ano passado, realiza-se grande festa comemorativa da vitória da chapa Juscelino–Jango, com a presença dos trios elétricos Atlas e Fratelli Vita.

Em 31 de outubro, sob grande expectativa do país, são empossados presidente Juscelino Kubitschek e seu vice João Goulart.

O ministério de JK sofre muitas críticas dos políticos baianos, em decorrência de não haver sido o estado contemplado com cargo no primeiro escalão do governo. Entretanto, o deputado baiano Vieira de Melo é confirmado na liderança da maioria na Câmara.

Em almoço reunindo políticos, na capital da República, o presidente Juscelino levanta brinde à Bahia, ressaltando a ação política do governador Antônio Balbino a favor da união nacional.

Na Assembleia Legislativa, o padre Dhon, deputado pelo PSD, sugere ao governo a criação de uma estância hidromineral no Jorro, município de Tucano. Alega o parlamentar que o município não dispõe de recursos para tal empreendimento.

A Assembleia, por meio de muitos parlamentares, manifesta-se contra uma proposta de reforma da Lei de Imprensa em tramitação no Congresso Nacional, contendo restrições à atuação da imprensa no país. O governador Antônio Balbino também se posiciona contra o projeto,  firmando, inclusive, que “não deseja, em hipótese alguma, ficar encarregado de apreensão de jornais”. E vai mais além, dizendo que o seu governo tem trilhado sempre pelo mais completo respeito à liberdade de imprensa e de pensamento. Garante que, se aprovada, a Lei de Imprensa não será posta em execução na Bahia.

O presidente Kubitschek assina decreto declarando de utilidade pública, para efeito de desapropriação, uma área na Baixa da Graça, com vistas à ampliação da Universidade Federal da Bahia.

A municipalidade de Santo Amaro concede o título de cidadão ao senador Assis Chateaubriand, também jornalista, fundador e presidente dos Diários Associados.

É asfaltada pelo governo do estado a Rodovia Ilhéus–Itabuna. 

A prefeitura de Salvador faz doação ao Ministério da Agricultura de uma área de 38 hectares, desmembrada da fazenda São Gonçalo, no Retiro, para a instalação de um horto florestal na cidade.

O deputado Artur Leite denuncia, da tribuna da Assembleia, desvio do asfalto do campo de pouso do Portal de Olivença, levado para o estado de Sergipe.

Em tramitação na Assembleia o projeto de lei que cria o Instituto de Fomento Econômico, em torno do qual são travados intensos debates, já que a oposição se posiciona contrariamente à aprovação.

No Rio de Janeiro, na altura de Barra Mansa, registra-se um acidente rodoviário com o prefeito de Salvador, Hélio Machado, no qual saem feridos o prefeito e sua esposa, e morre o motorista.

O secretário de Segurança promove a montagem de rádios para o Serviço de Proteção ao Voo, com o objetivo de facilitar a ação do Correio Aéreo Nacional, que fará a rota para o interior do estado, num trabalho coordenado pela Aeronáutica. Inicialmente, o CAN fará a ligação de Salvador com Jequié, Poções, Vitória da Conquista, Brumado, Caculé, Macaúbas, Bom Jesus da Lapa, Correntina e Barreiras. Está prevista, ainda, a ampliação do sistema, ligando a capital aos municípios de Cipó, Valente, Jacobina, Bonfim e Petrolina, em Pernambuco.

A Presidência da República autoriza o funcionamento da Faculdade de Direito da Universidade Católica do Salvador, instalada inicialmente no Palácio da Sé até ser transferida para o Seminário de Santa Teresa.

Em apoio às atividades das lavadeiras, o governador Antônio Balbino inaugura lavanderias no Alto do Peru, em Plataforma e em outras localidades do subúrbio da capital.

O Supremo Tribunal Federal, por unanimidade, concede mandado de segurança ao bacharel Heraldo Guerra contra a decisão do governo Balbino de demiti-lo da função de consultor jurídico da Secretaria da Educação do estado.

O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Cícero Dantas, recebe telegrama de cacauicultores solicitando a não elevação do imposto sobre o produto, sob a alegação de que a cacauicultura concorre com 70% do orçamento estadual.

Dados estimativos indicam uma população em Salvador da ordem de 514.362 habitantes, projetando-se para 1960 um total de 600.000.

O médico baiano e professor Manuel Augusto Pirajá da Silva, cientista de renome internacional, com estudos originais sobre esquistossomose, é agraciado com a Grã-Cruz da Ordem do Mérito Médico pelo presidente da República.

É estabelecido pelo secretário de Segurança, Lafaiete Coutinho, obrigatoriedade do uso do taxímetro para “carros de praça”.

O Mercado Modelo retorna ao controle da prefeitura, após haver permanecido arrendado durante vinte anos à firma Portela Passos e Cia.

O filme Sob o céu da Bahia é premiado no Festival de Cannes na França como a melhor fotografia. Trata-se de filmagem sem roteiro definido, com cenas alocadas aleatoriamente por toda Salvador, um trabalho experimental dos cineastas Ernesto Remani, H. Corell e Franco Cenni.

É inaugurado o primeiro Centro de Reidratação Infantil na Bahia, especializado no tratamento da toxicose da infância abandonada.

Deflagrada greve entre os trabalhadores em padarias de Salvador. O movimento se prende à recusa dos empregadores em assinar o contrato de trabalho, que constitui uma reivindicação da categoria profissional.

Instala-se o Tribunal de Contas do Munícipio de Salvador, recentemente criado. Na sessão de instalação, presidida pelo mais velho conselheiro, Ebenezer Cavalcanti, adota-se o modelo federal para o regimento interno da entidade baiana. Na ocasião, são ainda eleitos seu presidente e vice, respectivamente Manoel Ribeiro e Armando Mascarenhas.

O compositor e cantor Ataulpho Alves, acompanhado de suas pastoras, em temporada em Salvador, realiza apresentação de caráter beneficente no Hospital Santa Terezinha.

Mais sonoridade para Salvador: o primeiro campanário elétrico, de origem alemã, e que conta com cinco sinos musicais, é instalado no Colégio dos Salesianos.

Nova “onda” na cidade: futebol nudista. Na Lapinha, um grupo de rapazes pratica o futebol totalmente despidos, entre às 22h e 1h da manhã. A polícia, atendendo a denúncias, em batida no local, consegue apreender apenas as roupas… 

Autorizada a funcionar pelo governador, instala-se a Cooperativa dos Funcionários e Servidores Públicos, com o objetivo comercial de facilitar a aquisição de gêneros de primeira necessidade.

Em matéria sobre a expansão (física) do comércio baiano, a imprensa mostra o prolongamento da rua Chile em direção à avenida Sete e Campo Grande.

É inaugurada a Linha Marítima Salvador–Aracaju com a viagem do navio Canavieiras.

Reportagem na imprensa registra a falta de teatros na Bahia. Desde o incêndio do Teatro São João, em 1923, e o desaparecimento dos teatros São Pedro de Alcântara e Politeama, a Bahia ficou sem nenhuma casa desse gênero.

Panorama comprometedor na educação da Bahia: exames de admissão reprovam 75%e no Instituto Normal, e mais de 80% no Colégio da Bahia, o que demonstra a deficiência da escola elementar.

É inaugurada a colônia correcional de Pedra Preta como Escola de Trabalho e Recuperação Social. Com a sua inauguração é desativado o depósito de presos denominado “Coreia”.

É realizada em Salvador a Conferência Nacional de Educação, reunindo educadores de todo o país na Reitoria da Universidade da Bahia.

Estimativa baseada em inquérito realizado pela Inspetoria Regional do IBGE na Bahia dá conta de que 30.000 pessoas abandonaram os municípios baianos atingidos pela seca.

Idealizado pelo vereador Herbert de Castro, sai no Carnaval o bloco A Mudança do Garcia, protestando contra a falta de água, luz e pavimentação do bairro. Em carroças e a pé, exibem pelas ruas cacarecos típicos da pobreza, com cartazes satirizando a política local e nacional.

Mais notícias do Carnaval deste ano: por força de um escândalo envolvendo nomes da alta sociedade, a polícia proíbe uso de lança-perfumes; um novo bloco, o Vai Levando, do pessoal gráfico da Imprensa Oficial, sai às ruas com o assombroso número de 400 homens; o trio elétrico evolui em sua estrutura, graças à inovação de Orlando Campos, criador do Tapajós, que provê uma carroceria de madeira para os músicos (Alguns anos mais tarde, o mesmo Orlando Campos introduziria as estruturas metálicas).

É inaugurado o Cine Tupy, para espetáculos em cinemascope. Localizado na Baixa dos Sapateiros, é dotado do que há de mais moderno no que diz respeito a conforto e técnica de projeção. Conta com 1.400 poltronas anatômicas e projetores Westrex. 

Os estudantes Glauber Rocha e Fernando da Rocha Peres dirigem o espetáculo Jogralesca do Colégio da Bahia I. Trata-se de um recital de poesia moderna com tratamento teatral, apresentando textos de Carlos Drummond de Andrade, Frederico Schmidt, Cecília Meirelles, Jorge de Lima, Ascenso Ferreira, Vinicius de Moraes e Cassiano Ricardo.

É criada a Escola de Teatro da Universidade da Bahia, iniciativa do reitor Edgard Santos, tendo Martim Gonçalves como seu primeiro diretor. Logo em seguida, é criada a companhia cénica da escola, A Barca, que estreia com o Recital da Poesia Luso-Brasileira, no salão da Reitoria.

A Escola Politécnica da Universidade instala luneta no Campo da Graça, a fim de que os baianos possam observar a aproximação do planeta Marte da Terra. Aguarda-se maciça afluência do público.