Governador:
Antônio Balbino
Presidentes da Assembleia Legislativa:
Artur Leite
Landislau Cavalcanti
Presidente do Tribunal de Justiça:
Clóvis Leone
O presidente Juscelino Kubitschek assina decreto de grande significação econômica para a Bahia, estabelecendo a criação do Fundo de Recuperação da Lavoura Cacaueira. Logo em seguida, em visita ao estado, participa da inauguração do sistema de abastecimento de água da cidade de Feira de Santana.
Outro decreto do presidente cria o Colégio Militar de Salvador, que, de início, funcionaria no bairro de Brotas, até a construção da sua sede em terreno doado pelo governo do estado, na Pituba. Em mais outra boa notícia para os baianos, anuncia investimentos para a execução do primeiro plano de expansão das obras e instalações da Companhia Hidrelétrica do São Francisco.
O governador Antônio Balbino prega a pacificação política no Brasil, como forma de “conter a crise econômica, a crise social, a crise moral e de todas as ordens”.
O presidente da UDN e senador pela Bahia, Juracy Magalhães, exibe uma metralhadora em plena sessão no Senado Federal. A imprensa ironiza a sua dificuldade em manejar a arma.
É inaugurada pelo governador Antônio Balbino uma hidrelétrica no município de Santa Inês, com o aproveitamento da Cachoeira do Inferno, na bacia do Rio Preto.
Empenhado em solucionar o problema de moradia para trabalhadores de todo o país, o presidente Juscelino autoriza a Fundação da Casa Popular a construir 500 residências populares em Salvador.
Em reunião da Comissão de Comércio de Cacau, Elísio Nunes, presidente do Instituto do Cacau da Bahia, recém-chegado de viagem por vários países, em objetivo relato de suas observações, enfatiza a má aceitação do produto nos principais centros, face à sua qualidade inferior. Em detalhes, expõe a situação geral do cacau baiano, evidenciando ser a situação angustiosa.
É vitorioso o plano de recuperação da lavoura cacaueira e da adoção do preço mínimo para o cacau. O governador Antônio Balbino é homenageado em toda região sul do estado, por sua atuação nessa batalha, garantindo, assim, a estabilidade econômico-financeira da lavoura.
Interpretando o sentimento do povo baiano, que vê o seu estado como um grande centro produtor, a exemplo do petróleo e cacau, a Associação Comercial da Bahia encaminha telegrama ao presidente da República reivindicando o asfaltamento da Rodovia Rio–Bahia, obra que já vinha sendo prometida desde o governo Dutra. Por sua vez, o governo do estado e a 6a Região Militar unem-se reivindicando a construção da Rodovia Salvador–Brasília, ligando a capital federal ao porto marítimo que lhe é mais próximo.
A imprensa, por sua vez, reclama a melhoria das vias de transporte, pois viajar “é um suplício para o baiano, seja pelas estradas de rodagem, seja pelas estradas de ferro de que dispõe, pois ambos os sistemas encontram- se em estado precário”.
É fundada a Cooperativa de Consumo, no subúrbio de Salvador, abrangendo área de Periperi, Lobato e Paripe.
Desembarcam em Salvador 51 imigrantes japoneses com suas respectivas famílias, para se dedicarem à agricultura nas colônias da Bahia.
Fiel à sábia sentença de Vicente Piragibe, “ou salvamos a criança de hoje ou perderemos o Brasil de amanhã”, Hélio Machado, prefeito de Salvador, executa a Campanha Pró-Infância, recentemente criada por decreto, proporcionando assistência sanitária, médica e dentária à população materno-infantil e adolescente que habite, de preferência, os bairros mais modestos.
São inaugurados os novos transmissores de ondas curtas da Rádio Sociedade da Bahia, contando com a presença do senador Assis Chateubriand, autoridades locais do compositor Dorival Caymmi que, de volta ao convívio da Rádio Sociedade e dos baianos, com sua criação mais recente “Eu vou pra Maracangalha”, bate recorde de popularidade.
É inaugurado o Edifício Petrobrás, com a presença do presidente Juscelino Kubitschek, que proferiu importante discurso analisando o problema do petróleo brasileiro, sobretudo na Bahia. Na oportunidade da visita do presidente da República, é assinado convênio entre a Universidade da Bahia e a Petrobras, para instalação do curso de Geologia do Petróleo.

Visando estimular o desenvolvimento cultural na Bahia, é instituído o prêmio Cidadão do Salvador, por iniciativa do deputado Barbosa Romeu. O prêmio, em dinheiro, é destinado ao melhor livro de contos inéditos.
São reiniciadas as obras do Teatro Castro Alves, paralisadas desde 1950 por falta de verbas. O futuro teatro, previsto como o mais bem equipado da América Latina e um dos melhores do mundo, deverá estar concluído no próximo ano. Para assessorá-lo nos assuntos relacionados à difusão das artes, o governo do estado cria a Comissão de Cultura Artística e Teatral da Bahia, composta, entre outros, por Pinto de Carvalho, Alexandrina Ramalho, Odorico Tavares, Walter Ruy, Adroaldo Ribeiro Costa, Paulo Jatobá, Hélio Simões e Martim Gonçalves. Cabe a essa comissão preparar a programação inaugural do futuro teatro.
A convite da direção da Biblioteca Infantil Monteiro Lobato, vem a Salvador para ministrar curso sobre Literatura Infantil o escritor professor Júlio César de Melo e Souza, o Malba Tahan.
Morre, no Rio de janeiro, o jornalista, bacharel em Direito e político Ernesto Simões Filho. Era natural de Cachoeira, na Bahia, onde nasceu em 4 de outubro de 1897. Lúcido e combativo, teve presença marcante na vida política baiana, exerceu mandatos de deputado pela Bahia e foi ministro da Educação e Saúde do governo Vargas entre janeiro de 1951 e junho de 1953, criando, nesse período, as campanhas de Educação Rural e de Barateamento do Livro Didático. O grande instrumento de sua atuação jornalística foi o jornal A Tarde, que fundou em 1912 e dirigiu até 1957.
O primeiro ônibus “papa-filas” começa a trafegar em Salvador, fazendo a linha da Barra, com capacidade para 100 passageiros.
É confirmado surto epidêmico da gripe “asiática” na Bahia.
O drama dos que necessitam viajar de trem de Salvador para os subúrbios é muito sério: na disputa por lugares, “tomam-se empurrões, sofrem-se escoriações, perdem-se filhos e quase se perde a existência”.
Na Feira de Comércio Mundial, em Nova York, a Bahia é o único estado do Brasil a expor seus produtos regionais. São apresentados cacau, couro, fumo, artefatos de borracha, amostras de madeira, obras de Carybé e Mário Cravo, em estande projetado por Fernando Lemos.
Armando Sá e Miguel Brito vencem o concurso de músicas carnavalescas realizado no Clube Fantoches da Euterpe, com a marcha “Colombina”. Esta passaria a ser a música oficial do Carnaval de Salvador (decreto-lei 2293, de 1970).
“Colombina, eu lhe amei,
Mas você não quis.
Eu fui para você
Um pierrot feliz.
Os confetes dourados
que alguém lhe atirou
Não fui eu quem jogou
Não fui eu quem jogou.”
Centenas de velas brancas desfilam nas águas da Bahia. É a festa de Nosso Senhor dos Navegantes, uma das poucas que ainda guarda o sabor da tradição e da simplicidade do povo baiano. A procissão marítima, que reúne dezenas de saveiros, inclusive vindos do Recôncavo, atrai uma grande multidão para a rampa do mercado. O ritual religioso é feito com o maior respeito, comparecendo grande número de fiéis.