Governador:
General Juracy Magalhães
Presidentes da Assembleia Legislativa:
Antônio Brito
Adelmário Pinheiro
Presidente do Tribunal de Justiça:
Agenor Velloso Dantas
São criados mais 32 municípios: Amélia Rodrigues, Anguera, Aramari, Aurelino Leal, Barra do Rocha, Caatiba, Camacã, Conceição do Jacuípe, Contendas do Sincorá, Cordeiros, Formosa do Rio Prelo, Guaratinga, Ibipeba, Ibirapitanga, Ibititá, Itaetê, Itamaraju, Itapé, Itarantim, Jitaúna, Malhada, Milagres, Mirangaba, Mortugaba, Nova Canaã, Presidente Jânio Quadros, Rio do Pires, Santa Bárbara, Simões Filho, Tanhaçu, Terra Nova e Uibaí.
Jânio Quadros, empossado na Presidência da República em 31 de janeiro, faz, na sua primeira fala pública pela televisão, um balanço crítico do país: inflação, dívida externa e déficit orçamentário.
O professor Anísio Teixeira vai a Brasília para apresentar ao presidente Jânio Quadros o Plano Nacional de Educação, de cuja elaboração fora encarregado.
Renuncia o presidente Jânio Quadros a 25 de agosto. Em Salvador não se registram, de imediato, movimentos ou manifestações populares, muito menos no interior do estado. Assume o governo o deputado Ranieri Mazzili, presidente da Câmara Federal.
“A sua vassoura não nega, ó Jânio
Ninguém jamais a pode quebrar
Feitiço nela não pega, ó Jânio
Enquanto ela funcionar.
Ó, que dureza
Para o operário
Jânio diz ser necessário
Subiu açúcar, carne e feijão
Para poder
Pagar a dívida da nação
Quanta aflição.”
(Cuíca de Santo Amaro. A Marcha da Vassoura.
Paródia de “O Seu Cabelo Não Nega”)
O governador Juracy Magalhães vai à televisão para falar ao povo sobre a crise política do país, ocasião em que explica a prisão do médico Herval Pena Ribeiro, reafirmando a disposição de mandar prender “agitadores”.
A gripe “renuncite”, como o povoa denomina, assola Salvador. Pela rapidez e pelas sequelas deixadas, a associação com a renúncia de Jânio é inevitável.
Os deputados estaduais Bolívar Santana e Raimundo Magaldi, no intento de demonstrar que a Assembleia Legislativa da Bahia não apoiará qualquer solução extralegal para a crise no país, ingressam com pedido de habeas corpus preventivo junto ao STF, em favor do vice-presidente da República, João Goulart, então em viagem à China e ameaçado de prisão tão logo pise o solo pátrio.
O governador Leonel Brizola, do Rio Grande do Sul, assume a Campanha Pela Legalidade, com apoio da opinião pública nacional, a fim de garantir a posse de João Goulart, que, em regresso de visita à China, espera em Montevidéu o momento exato de retornar ao Brasil.
O Congresso aprova o parlamentarismo como forma de governo, “com o objetivo de salvaguardar as instituições democráticas,” empossando em seguida João Goulart como presidente da República e Tancredo Neves como primeiro-ministro.
A Bahia continua prestigiada junto ao governo federal, com a nomeação de Antônio Balbino para a Consultoria Geral da República e a permanência de Josaphat Marinho no CNP e Geonísio Barroso na presidência da Petrobras. Outro baiano, Hermes Lima, assume o Gabinete Civil da Presidência, enquanto João Mangabeira, Waldir Pires e Anísio Teixeira também desempenham funções em ministérios e secretarias.
Orlando Moscoso, vice-governador da Bahia, avista-se com João Goulart, prometendo-lhe apoio, mas cobrando-lhe benefícios para os baianos.
“É uma lei bossa nova
Recentemente criada
Por elementos finórios
Muito bem arquitetada
Onde o voto do povo
Agora não vale nada.”(Cuíca de Santo Amaro. A Posse de Jango Goulart)
Antônio de Oliveira Brito, nascido em Pombal, ex-deputado estadual e federal, é escolhido para a pasta da Educação. Discursando já como ministro, Oliveira Brito se faz claro: “ou o parlamentarismo ajuda a resolver os problemas magnos do país ou então estaremos diante de alguma coisa nova, que poderá ser uma ditadura de esquerda ou de direita.”
O ministro da Educação, Oliveira Brito, perante o cardeal dom Augusto e muitas autoridades, instala a Universidade Católica do Salvador. Ao ato comparece o primeiro reitor nomeado, monsenhor Eugênio Veiga.
Grande campanha se desenvolve na Bahia pela transferência da sede dá Petrobras para o estado. Causa profunda indignação aos baianos a decisão do presidente de manter a sede da empresa no Rio de Janeiro, ao contrário do que prometera o então presidente Jânio Quadros. A Assembleia Legislativa dá cunho oficial à campanha empreendida em prol da transferência, no que recebe manifestação de apoio de forma unânime por parte da Câmara Municipal de São Paulo.

Governador Juracy Magalhães
Na sede do Movimento Nacionalista, na rua Chile, realiza-se ato público de grande afluência popular, organizado pelos comunistas baianos, com o objetivo de coletar assinaturas para o memorial endereçado ao TSE solicitando o retorno do Partido Comunista à legalidade. Personalidades dos mais variados ramos de atividade compõem a mesa.
Realiza-se na Bahia a Conferência do Cacau, promovida pelo jornal A Tarde. Durante os trabalhos, é definida a finalidade do Instituto Brasileiro do Cacau (IBC), como órgão técnico, e sua transferência para o sul do estado, além de outras providências, tais como a elevação da taxa de fomento da lavoura para 3%, o incremento dos serviços de pesquisa e o apoio financeiro do estado e da União em favor da lavoura cacaueira.
Iniciada, no município de Cachoeira, no vale do Iguape, a primeira plantação de dendê para fins industriais no Brasil, com o aproveitamento imediato de 2.500 hectares.
São lançados os filmes Barravento, de Glauber, e Mandacaru vermelho, de Nelson Pereira dos Santos, este último ambientado em terras de Juazeiro.
O futebol baiano comemora 60 anos de existência. Em 1901, era dado o primeiro chute numa bola de futebol, exatamente no Campo da Pólvora, onde se inaugura um marco.

Revista 3 Américas, edição sobre a Bahia
O ator e diretor Anselmo Duarte vem a Salvador para dirigir o filme O pagador de promessas, que, mais tarde, receberia a Palma de Ouro no Festival de Cannes, na França. Além de ambientado em Salvador, o filme conta no seu elenco com muitos atores baianos.
Chegam a Salvador, para lançamento do filme Juventude sem amanhã em “avant-première” nacional na Bahia, os jovens baianos Humberto Heitor (ator e produtor) e Aécio Florentino (diretor), primos do também cineasta baiano Glauber Rocha.
O filme, que é ambientado nas ruas do Rio de Janeiro e aborda a delinquência juvenil nos grandes centros urbanos, antes mesmo do seu lançamento já vem sendo saudado pela crítica local, por representar “uma bandeira contra a chanchada e a burrice” e contra a tentativa de colonização da cultura e economia brasileiras. Na capital da República, o filme desencadeou a ação da Polícia Federal contra a chamada imprensa marrom, especialista em publicações do tipo “escândalo” e “confidencial”, montadas, na verdade, para chantagem a artistas e personalidades outras, tendo levado ao suicídio o autor do argumento e diretor do filme, Elzevir Pereira da Silva. Com a ajuda de parte da imprensa e dos estudantes cariocas, os jovens continuaram e concluíram a película.
Eros Martim Gonçalves é afastado da direção da Escola de Teatro da UFBA, em decorrência de seu comportamento como administrador. Acusado de atitudes caprichosas e arbitrárias, promovendo constantes expulsões de alunos e professores do estabelecimento, verdadeira campanha pela sua demissão vinha sendo movida nos últimos tempos. Nilda Spencer assume interinamente até o ano seguinte, quando é confirmada no cargo.
O grupo Teatro dos Novos lança a campanha “Ajude os novos a dar um teatro à Bahia”, mais um passo para a construção do futuro Teatro Vila Velha.