Governador:
Antônio Carlos Magalhães
Presidente da Assembleia Legislativa:
Afrísio Vieira Lima
Presidente do Tribunal de Justiça:
Plínio Mariani Guerreiro

O general Ernesto Geisel é eleito presidente do Brasil, em 15 de janeiro, pelo Congresso Nacional, para o período 1974/1979. Sua posse ocorre em 15 de março.

O ministro Costa Cavalcante, do Interior, inaugura o Projeto Mandacaru, uma área de irrigação de 894 hectares, a 12 quilômetros de Juazeiro, já produzindo uvas, melões e figos como culturas principais, e alface, cebola, algodão, feijão e tomate como culturas alternativas.

A Comissão Executiva da ARENA aprova, por unanimidade, moção de aplauso, de autoria do deputado Orlando Spínola, ao governador Antônio Carlos Magalhães, pela sua iniciativa de construir a nova sede do Poder Legislativo da Bahia no Centro Administrativo.

Com as bênçãos de dom Avelar Brandão Vilela, é inaugurada, no dia 1º de março, a nova sede da Assembleia Legislativa, no Centro Administrativo. Na solenidade discursam o governador Antônio Carlos e, representando os parlamentares com assento na Casa, o deputado Orlando Spínola. Projeto dos arquitetos Armando Pontes, Manoel Pedro Maia e Ary Magalhães Andrade, o prédio de seis pavimentos tem como núcleo uma pirâmide moldada em concreto armado, formando uma peça monolítica onde se situa o plenário. Nessa pirâmide, que vai do 1º subsolo até a altura do 2° andar, imensos painéis retratam momentos distintos da história da Bahia: na frente, dominando a entrada principal do edifício, uma obra de Carybé, moldada no próprio concreto em alto e baixo relevo, representa o primeiro governo, contendo naus portuguesas, índios, vaqueiros, entre outros elementos, com destaque para Caramuru e sua esposa Moema. Na parte interna, um mural de Carlos Bastos representa a procissão de Nosso Senhor dos Navegantes, em que podem ser identificadas 150 personagens populares e tradicionais da Bahia contemporânea. Em volta da pirâmide distribuem-se os diversos pavimentos, que abrigam as salas das comissões e os demais setores de apoio técnico-administrativo.

O prefeito Clériston Andrade é agraciado como prêmio “Homem do Norte/Nordeste – 73”, conferido por jornalistas das capitais nordestinas reunidos em Recife.

Diversas inaugurações marcam a presença do governo do estado no interior: o governador Antônio Carlos Magalhães inaugura a primeira etapa da Estrada do Feijão, importante via de escoamento da produção cerealista e pecuária da região de Irecê. A segunda etapa, compreendendo o trecho Mundo Novo–Xique Xique, tem conclusão prevista ainda para este ano. Em Jacobina, o Fórum Jorge Calmon; no Sul da Bahia, o asfaltamento da estrada Ilhéus–Uruçuca, com 40 km de extensão; em Uruçuca, agência do BANEB, recebendo o governador o título de Cidadão Honorário desta cidade; em Ilhéus é ainda inaugurada a ponte sobre o Rio Fundão, na Rodovia Ilhéus–ltabuna, antiga aspiração das duas cidades.

O engenheiro Elmo Serejo Farias, superintendente do Centro Industrial de Aratu, é nomeado governador de Brasília.

É aprovado projeto de lei do deputado Newton Macedo Campos, do MDB, que institui pensão vitalícia aos ex-governadores do estado. Régis Pacheco é o primeiro a requerer o benefício, que equivale aos vencimentos de um desembargador.

O governador Antônio Carlos Magalhães encaminha ofício à Assembleia Legislativa, expondo os estudos feitos pela CHESF para a implantação da barragem de Sobradinho, com a consequente submersão das cidades de Remanso, Casa Nova, Sento Sé e Pilão Arcado, e transferência desses municípios para outras áreas.

O governador transfere a sede do governo do estado durante 24 horas para a cidade de Irecê, onde, com o seu secretariado, inaugura o sistema de eletrificação com energia de Paulo Afonso, beneficiando treze municípios da região, e diversas obras nos setores de saneamento, educação, saúde e transportes.

Mais inaugurações do governo estadual, dessa vez o prédio da Secretaria da Fazenda e a primeira etapa da iluminação do Centro Administrativo. Na oportunidade, confirmando a instalação de todas as secretarias no CAB até o final do seu governo, além de outros serviços, o governador Antônio Carlos afirma que “de hoje (6/7) em diante não haverá um só dia sem que seja inaugurada uma obra pública, na capital ou no interior”.

Após nove legislaturas representando a Bahia na Câmara Federal, Manoel Novaes, pernambucano de nascimento, é agraciado com o título de Cidadão Baiano, por projeto do deputado Clodoaldo Campos. Presentes o governador Antônio Carlos e o candidato da ARENA à sua sucessão, o professor Roberto Santos.

É criado na Bahia o Conselho de Defesa do Consumidor.

O Quartel do 5º Batalhão da Polícia Militar, no Centro Administrativo, inspirado no Forte do Mar e com um mural de Hansen Bahia, é considerado o mais bonito do país, pelos urbanistas integrantes da equipe de Lúcio Costa.

A arrecadação de ICM no estado é a maior de todo Norte e Nordeste do país, nos cinco primeiros meses do ano.

Com a aprovação, pela Sudene, do Projeto Copene, consolida-se definitivamente a implantação do Polo Petroquímico, já que a nova central irá fornecer todas as matérias-primas do complexo básico – cerca de um milhão de toneladas anuais de treze produtos, destacando-se o eteno, que entra na composição da maioria dos plásticos.

Com as bençãos do monsenhor Gaspar Saddock, é inaugurada pelo governador Antônio Carlos Magalhães a nova Estação Rodoviária de Salvador, à margem da Avenida Paralela.

O presidente Geisel vem à Bahia para a assinatura de contrato do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico com a Petroquímica do Nordeste S.A., visando a instalação de uma central de matérias primas destinada a processar anualmente 380 mil toneladas de produtos destinados ao Polo Petroquímico de Camaçari. Na oportunidade, o presidente visita também as instalações da Usiba.

Roberto Santos tem seu nome homologado pela Assembleia Legislativa para governador do estado, com a aprovação de 40 deputados da situação, registrando-se seis abstenções dos deputados oposicionistas.

Sob o título “Feira Consagra ACM”, o jornal A Tarde divulga novas inaugurações: a Universidade Estadual de Feira de Santana, as instalações do lapseb e o Observatório Antares. Deslocando-se para a cidade de Coração de Maria, o governador inaugura o Fórum Juiz João Leal.

Realizam-se em 15 de novembro eleições para os 50 deputados estaduais, 26 federais e um senador. São registrados cerca de dois milhões e meio de eleitores. É eleito senador o ex-governador Luiz Viana Filho. Os deputados federais mais votados são: pela ARENA, Jutahy Magalhães, João Durval e Luiz Viana Neto: pelo MDB, Ney Ferreira, Henrique Cardoso e Nóide Cerqueira. Para a Assembleia os mais sufragados são: pela ARENA, Renan Baleeiro, Cristóvão Ferreira e Carlos Santana; pelo MDB, Elquisson Soares, Roque Aras e Abelardo Veloso.

O ministro da Justiça, Armando Falcão, solicita à Procuradoria Geral da República o enquadramento, na Lei de Segurança Nacional, do deputado baiano Francisco Pinto, por ofensa ao general Pinochet presidente do Chile. Com base na mesma lei, o deputado tem a sua candidatura impugnada pelo TRE. Ainda em decorrência do mesmo fato, o Departamento Nacional de Telecomunicações – Dentel, suspende por 15 dias a Rádio Cultura de Feira de Santana, por transmitir entrevista do deputado. Julgado pelo Supremo Tribunal Federal, Pinto é condenado a 6 meses de prisão e tem suspensos os direitos políticos.

É inaugurado pelo governador o Fórum Epaminondas Berbert de Castro, em Ilhéus, considerado o maior do interior do estado.

A igreja do Solar do Unhão volta a ter funções religiosas, quase um século após o assassinato de um padre por um marido ciumento, segundo conta a lenda. A primeira missa é celebrada pelo cardeal Brandão Vilela.

O prefeito Clériston Andrade assina decreto instituindo pensão vitalícia para o capoeirista mestre Pastinha, que se encontra morando num quarto miserável, no Pelourinho.

É criado o Centro de Estudos Baianos, pela Universidade Federal da Bahia.

A Prefeitura de Salvador anuncia a restauração do único candomblé da nação gêge existente na Bahia e no Brasil, localizado no Engenho Velho da Federação. Bogum, o nome do terreiro, tem como ialorixá Maria Valentina dos Anjos, de 96 anos, chamada de Ruinha. 

Prédio da Assembléia Legislativa do Estado da Bahia

O prefeito Clériston Andrade promove a desapropriação amigável de uma área de 750.000 m, destinada à implantação do Parque Histórico de Pirajá.

É criada a Fundação Cultural do Estado da Bahia, com o objetivo de administrar a arte e cultura baianas.

As obras de arte do Centro Administrativo da Bahia formam o primeiro museu aberto baiano: as esculturas, os painéis e os quadros dos novos prédios, de autoria de artistas baianos, são objeto da visita de centenas de pessoas, sobretudo nos fins de semana.

É emitido na Bahia o primeiro selo do mundo em alfabeto braille.

O cardeal Brandão Vilela inaugura a nova diocese de Alagoinhas, criada pelo Papa Paulo VI.

Vitimado por uma cirrose hepática, morre aos 77 anos O deputado Francisco da Rocha Pires. Nascido em 28 de julho de 1896, era o mais velho parlamentar baiano. Pecuarista, foi eleito pela primeira vez para a Constituinte em 1934. Foi prefeito de Jacobina e um dos fundadores do Partido Republicano, partido ao qual pertenceu até sua extinção, quando se filiou à ARENA. Na sua vaga, assume o primeiro suplente Válter Lomanto.

Morre em Goiás, de derrame cerebral, Manoel dos Reis Machado, o mestre Bimba, criador da capoeira regional baiana. Nascido no Engenho Velho de Brotas, em fins do século passado (há controvérsias quanto ao ano exato), iniciou-se na capoeira aos 12 anos de idade, como mestre Bentinho. Foi carvoeiro, carroceiro, doqueiro, estivador e carpinteiro, e, já nos anos 30, impunha-se como um dos grandes capoeiristas da Bahia, exibindo-se em eventos oficiais, contribuindo para que a capoeira saísse da marginalidade e passasse a ser reconhecida como atividade esportiva e cultural. Em 1973 vendeu todos os seus bens em Salvador e foi residir em Goiânia, de onde não mais retornaria.

“Menino, quem foi seu mestre?
Meu mestre foi Salomão
Sou discípulo que aprendo
E mestre que dou lição
O mestre que me ensinou
Tá no Engenho da Conceição
E só lhe devo o dinheiro
Saúde e obrigação
O segredo de são Cosme
Quem sabe é são Damião
Camarado…”

(Canto tradicional da capoeira)