Governador:
Roberto Santos
Presidente da Assembleia Legislativa:
Renan Baleeiro
Presidente do Tribunal de Justiça:
Osvaldo Nunes Sento Sé
O Diretório Regional da ARENA, na Bahia, aplaude a indicação do general João Batista Figueiredo para presidente da República.
Exilados políticos baianos retornam gradualmente. Entre eles Fernando Batinga, que residiu no Chile e na Alemanha e retorna com passaporte do Alto Comissariado da ONU para Refugiados.
O governador Roberto Santos inaugura o Sistema de Coleta, Transporte e Tratamento de Efluentes Líquidos Orgânicos do Polo Petroquímico de Camaçari.
Beneficiando o funcionalismo público estadual, o governador encaminha à Assembleia Legislativa projeto de lei instituindo o pagamento de salário-férias.
O prefeito Fernando Wilson Magalhães inaugura a Av. Juracy Magalhães Júnior, que interliga o sistema de avenidas de vale de Salvador.
Tiroteio entre integrantes de facções da ARENA, em Bom Jesus da Lapa, produz a morte de quatro pessoas, entre elas o vereador da ARENA-1, Geraldo Lisboa.

Em operação comandada pelo secretário da Segurança Pública, Coronel Luís Artur de Carvalho, a polícia interdita com espalhafatoso aparato militar cerca de 100 viaturas e 500 homens fortemente armados com máscaras e máscaras e cães pastores alemães – o trecho do Campo Grande onde se situa a sede do MDB, objetivando impedir a concentração de populares diante do edifício, onde estava programada a comemoração dos 90 anos da Abolição da Escravatura e o lançamento das candidaturas de Rômulo Almeida, Newton Macedo Campos e Hermógenes Príncipe ao Senado. O fato ganha ainda mais notoriedade por se tentar impedir o acesso de convidados ilustres – os deputados federais Ulysses Guimaraes, Tancredo Neves e Freitas Nobre e o senador Saturnino Braga – provocando veementes protestos dos políticos e populares presentes. Após a reunião, os participantes foram até a porta do Teatro Castro Alves conduzindo a bandeira brasileira e cantando o Hino Nacional.
Os presidentes do Diretório Nacional do partido, Ulysses Guimarães e do Diretório Regional, Roque Aras, em nota divulgada à imprensa sobre o incidente do Campo Grande, afirmam: “O MDB, face à intervenção arbitrária e truculenta da polícia, impedindo a reunião partidária, denuncia à Nação de repele com veemente indignação o cerco à sua sede após a proibição do encontro em praça pública, violando o direito de reunião assegurado pela Declaração Universal dos Direitos do Homem e pela própria Carta Constitucional.
Essa violência desnecessária e prepotente põe em evidência o contraste das afirmações dos que anunciam o restabelecimento da normalidade constitucional”.
Sobre o episódio, Ulysses Guimaraes comenta: “Baioneta não é voto e cachorro não é urna”.
Contrariando as expectativas (e a vontade) do governador Roberto Santos, é indicado para sucedê-lo o seu antecessor Antônio Carlos Magalhães.
Trava-se verdadeira batalha campal na Av. Joana Angélica, entre a polícia e estudantes universitários que realizavam passeata, com cerca de 3.000 participantes. Entrincheirados no Colégio Central, os estudantes reagem com pedradas à ação policial lançada para dispersar a manifestação.
O governador Roberto Santos inaugura, no sul do estado, uma ponte com 200 m de extensão sobre o Rio Almada.
Edvaldo Brito, secretário de Justiça, é indicado pelo governador para substituir o prefeito Fernando Wilson Magalhães, que solicitou exoneração para concorrer uma cadeira na Câmara Federal.
Antônio Carlos Magalhães é eleito pela Assembleia Legislativa para o governo do estado, no período 1979/1983, tendo como vice Luiz Viana Neto. Na mesma ocasião é também eleito para o Senado, por via indireta (o chamado “senador biônico”), Jutahy Magalhães. O governador eleito é chamado de “Vice-Rei da Bahia” pela revista Veja, que afirma ainda: “O futuro governador ACM, 51 anos, é hoje um dos raros políticos contemplados com superlativos pelos habitualmente parcimoniosos assessores do presidente Ernesto Geisel”.
Nas eleições realizadas neste ano, é eleito para o Senado o ex-governador Lomanto Júnior. Das 32 vagas baianas à Câmara Federal, a ARENA preenche 24 e dos 56 deputados estaduais, 42 pertencem ao mesmo partido.
A justiça rejeita denúncia da Procuradoria da Justiça, em processo movido pelo governador Roberto Santos contra o seu sucessor eleito, Antônio Carlos Magalhães, que o acusava de “contratações criminosas”.
Visita a Bahia o general Geisel, para inaugurações os contatos políticos.
O governador eleito Antônio Carlos Magalhães manifesta-se contrário ao monopólio no abastecimento de gêneros alimentícios em Salvador, exercido pela rede Paes Mendonça.
Violento incêndio na nova sede da Assembleia Legislativa, no final de novembro, provoca perdas irreparáveis. São completamente destruídos o Arquivo e a Biblioteca, eliminando-se valiosos documentos históricos e um acervo de livros raros. O plenário tem as suas instalações consumidas pelo fogo, que destrói completamente o painel de Carlos Bastos e provoca estragos no mural de Carybé. São também destruídos alguns gabinetes parlamentares e o restaurante, localizado no 3° andar, onde o incêndio começou durante a noite. O Poder Legislativo tem as atividades plenárias transferidas temporariamente para o auditório da Secretaria da Agricultura, até a restauração do prédio.
O cardeal dom Avelar Brandão Vilela, em mensagem oficial, manifesta apoio ao projeto de abertura política do presidente Ernesto Geisel.
O governador Roberto Santos inaugura no bairro de Castelo Branco o 1° Centro Social Urbano de Salvador.
A igreja do Senhor dos Passos, em Feira de Santana, é penhorada pela Justiça do Trabalho, excetuando as imagens e objetos de arte, devido a reclamação trabalhista movida por Francisco Vasconcelos Correia.
Principal fonte de fornecimento de energia elétrica de Salvador durante muitos anos, a Usina Geradora de Bananeira, que gerava 9 MW, é submersa pelas águas de Pedra do Cavalo, que passa a gerar 220 MW.
Desmoralização do cheque: quase todas as casas comerciais de Salvador têm o cartaz “Não aceitamos cheques”.
A região do cacau ganha uma nova rodovia, com a inauguração da BR- 262, que passa a escoar a produção de Itajuípe e Coaraci até o Porto do Malhado, em Ilhéus.
Risco de contaminação com a peste suína africana faz a Secretaria de Agricultura incinerar 27 toneladas de carne de porco.
O afoxé Império da África se apresenta no Teatro Nacional da Tanzânia,a convite do governo daquele país.
Morre no Rio de Janeiro o jurista e político Aliomar Baleeiro, ex-ministro do Supremo Tribunal Federal, deputado estadual e federal e secretário de Justiça da Bahia. Baleeiro foi figura de destaque na política nacional, sobretudo nos anos 50, tendo sido de sua autoria o primeiro pronunciamento na Câmara Federal pedindo a renúncia do presidente Getúlio Vargas, em 1954.
Consterna a o mundo católico baiano a morte do cardeal Albino Luciani, Papa João Paulo I. O governador Roberto Santos decreta luto oficial de três dias.
Morre o escritor baiano e membro da Academia Brasileira de Letras, Hermes Lima.
Morre o músico Antônio Adolfo do Nascimento, o Dodô, que junto com Osmar Macedo criou o trio elétrico, na década de 50.
Artistas protestam contra a demolição do Anjo Azul, antiga casa noturna situada na Rua do Cabeça. Criada em 1949, nos moldes das boates europeias, o Anjo Azul tornou-se um clube intimista, que reuniu, durante a década de 50, intelectuais e artistas da Bahia, responsáveis pela renovação da arte local. Abrigava obras de arte famosas, das quais resta apenas um mural de Carlos Bastos.
O Brasil ganha a primeira medalha de ouro no 5° Campeonato de Judô, realizado o Maracanãzinho, no Rio de Janeiro, com a vitória do baiano Osvaldo Cupertino Simões sobre o japonês Tayoshi Yoschiaka.
No Teatro Castro Alves, Lia Robatto monta o espetáculo “Mobilização”, de arte integrada, objetivando apresentar aquela casa à comunidade, depois da reforma realizada. O público entra pela porta dos fundos e desbrava todos os espaços do teatro, normalmente inacessíveis.
Baiano não gosta muito de cumprir horário, isso todo mundo sabe. Mas João Gilberto não precisava ter demonstrado esse traço de baianidade com tanta ênfase, como o fez durante o seu show na reabertura do Teatro Castro Alves: deixou a plateia esperando durante uma hora e meia. Sonoras e prolongadas vaias saudaram o seu tardio aparecimento no palco, extensivas a Vinicius de Morais, que subiu junto para tentar conter a fúria dos já impacientes espectadores. A paz só voltou quando o João começou a cantar “Eu vim da Bahia”. A propósito de horários, dizem que, em Salvador, o relógio mais certo é o do Hospital Juliano Moreira, um asilo de loucos.
Com a remontagem de “Gracias a La Vida”, de Isaac Chacron, o Teatro Livre da Bahia proporciona um brilhante momento da arte cênica local, com destaque para a atuação de Benvindo Siqueira. Também o grupo Avelãz y Avestruz, com o “Fausto”, deslancha a proposta de Márcio Meireles para a realização de um teatro esteticamente ousado, que influenciaria toda uma geração de atores e diretores.