Interventores:
Tenente Juracy Magalhães
Presidente do Tribunal de Justiça:
Pedro Ribeiro de Araújo Bittencourt
Elege-se deputada estadual, com apoio maciço dos estudantes dos cursos superiores, Maria Luiza Bittencourt. Aos 25 anos de idade, nascida no subúrbio de Paripe, em Salvador, vem a ser a primeira mulher a conquistar um mandato na Assembleia Legislativa.
O Comitê Revisor da Assembleia Nacional Constituinte aprova emenda isentando as mulheres do serviço militar, e, ainda, o funcionalismo público civil e militar do pagamento do Imposto de Renda.
O deputado baiano Aloísio Filho consegue aprovar na Assembleia Constituinte uma emenda que permite à mulher o exercício de funções em qualquer dos três poderes, além de uma outra que torna a assistência social função obrigatória do estado.
O lançamento da candidatura Vargas acontece mediante manifesto, firmado pelos delegados de partidos estaduais, entre os quais o Partido Republicano Liberal e o Partido Social Democrático. Para a redação do manifesto da bancada baiana são designados, pelo líder da bancada governista, Medeiros Neto, os senhores Prisco Paraíso, Pacheco de Oliveira e Homero Pires.
A Ação Acadêmica Autonomista, formada por estudantes universitários baianos, manifesta-se contra a eleição de Getúlio Vargas à Presidência da República.
O interventor Juracy Magalhães determina o fechamento do jornal A Tarde, qualificando como tendenciosa a influência que exerce sobre a opinião pública.
Getúlio Vargas é eleito, de forma indireta, presidente da República. Assume perante a Assembleia Nacional Constituinte o compromisso formal de manter e cumprir com lealdade a Constituição Federal.

A oposição esquece suas divergências e une forças em torno da Concentração Autonomista da Bahia, organizada por Otávio Mangabeira, recém-chegado do exílio, na tentativa de eleger uma bancada para a Assembleia Estadual Constituinte que impedisse a eleição de Juracy Magalhães ao governo do estado. A campanha autonomista defende a nomeação de um interventor civil e baiano em substituição ao interventor militar e cearense. Em caravanas visitam o interior do estado, numa grande disputa. A derrota da chapa autonomista é inevitável, sendo apontadas graves irregularidades no processo eleitoral. Juracy Magalhães é eleito governador da Bahia, de forma indireta, pela Assembleia Estadual Constituinte.
O Instituto dos Advogados da Bahia manifesta-se contra a permanência dos interventores, condenando a situação jurídica destes face aos dispositivos da Constituição Federal. Para o instituto, os interventores deveriam ser exonerados e os governos entregues aos presidentes dos Tribunal de Justiça.
Acusado de participar de uma conspiração para assassinar Juracy Magalhães, J.J. Seabra classifica de ridícula a acusação e declara que “o sangue do interventor da Bahia não vale a honra dos políticos agora apontados como envolvidos na conspiração”.
É assinado acordo definindo os limites geográficos entre Minas Gerais e Bahia.

Programa eleitoral. A Tarde, 8/10/1934
Eclodem greves em diversos setores da economia, em outros estados da Federação, por aumento de salário e diminuição da jornada de trabalho, entre outras reivindicações. Na Bahia, é deflagrada greve nos portos. Os grevistas protestam contra a ocorrência de graves irregularidades no pagamento das pensões e aposentadorias, paralisando o embarque de cargas e passageiros para a Europa. Também entram em greve os telefonistas e telegrafistas, os empregados nos erviços de bonde e os ferroviários da Leste Brasileira, reivindicando melhores salários e melhores condições de trabalho. Fortemente reprimidas pela polícia baiana, todas elas resultam infrutíferas.
Surgem casos da peste bubônica no interior do estado. O governo proíbe a divulgação de notícias, com grave prejuízo à população, dada a natureza da doença.
É fundado na Bahia um Touring Club, com a intenção de ordenar, propagar e defender o potencial turístico que o estado tem a oferecer, com suas belezas naturais e históricas, posto que “a Bahia vive ignorada na importância de suas singularidades, de seus encantos, das suas riquezas artísticas. O resto do país pouco sabe do seu farto e admirável patrimônio de boa e antiga arte”.
O prefeito de Salvador, José Americano da Costa, adquire em hasta pública uma casa na rua São José, para abrigar a Sociedade São Vicente de Paula, destinada ao atendimento aos mendigos que perambulam pela cidade. É inaugurado, posteriormente, o Abrigo Salvador.
O cantor Augusto Calheiros grava, de J. Aimberê e Arthur Costa, o samba
“Fui à Bahia”:
“Fui à Bahia
Aprender como se faz vatapá,
Pedi licença a iôiô
E quem me ensinou foi iáiá
Iôiô, enciumado,
Ficou triste a pensar
Por ver um carioca
Muito bem sapatear,
O samba foi comentado,
Toda a Bahia falou,
Senhor do Bonfim, entusiasmado,
Desceu do altar e me abraçou”
Intensifica-se a campanha para a realização do Carnaval do próximo ano, que, desde 1914, em consequência da guerra, deixará de ser realizado oficialmente. Os trabalhos de divulgação, objetivando a revitalização do Carnaval, são entregues ao jornal A Tarde. É criado o Comitê Central do Carnaval.
O Clube Carnavalesco Fantoches da Euterpe, depois de alguns anos sem atividades, reorganiza-se e adquire sede própria na rua Democrata.
O Cine Teatro São Jerônimo é destruído por um incêndio. Tempos depois é reinaugurado, sem palco, como Cine Excélsior.
O maior avião comercial da Panair, o Brasil Clipes, com instalações confortáveis e modernas, pousa no Aeroporto de Itapagipe, em Salvador.
É grande a afluência de curiosos que se deslocam até o aeroporto, atraídos pela novidade.
Realiza-se a Convenção Feminista na Bahia, com a participação de associações feministas de outros estados brasileiros, e contando com a presença da dra. Bertha Lutz e da deputada estadual baiana Maria Luiza Bittencourt.