Governador:
João Durval Carneiro
Presidentes da Assembleia Legislativa:
Luís Eduardo Magalhães
Faustino Lima
Presidente do Tribunal de Justiça:
Jorge Fernandes Figueira
São criados no estado 30 novos municípios: América Dourada, Arataca, da Barro Alto, Buritirama, Canudos, Capela do Alto Alegre, Capim Grosso, Dias D’Ávila, Fátima, Filadélfia, Gavião, Guajeru, Heliópolis, Jaborandi, João Dourado, Jussari, Lapão, Maetinga, Mansidão, Nordestina, Pé de Serra, Pintadas, Rafael Jambeiro, Santa Luzia, São Gabriel, Tanque Novo, Teixeira de Freitas, Várzea da Roça, Várzea Nova e Wanderley.
Duas inaugurações marcantes nas rodovias federais que cortam a Bahia:em Ibotirama, na Rodovia BR-242 (Salvador–Brasília), é inaugurada a maior ponte da Bahia, com 963 metros de extensão. Construída sobre o rio São Francisco, a obra atende a uma antiga aspiração dos habitantes da região, onde o transporte de passageiros e cargas sobre o Rio São Francisco, de considerável volume, era realizado através do arcaico sistema de balsas. Outra inauguração de grande importância é a da duplicação da Rodovia BR–324 (Salvador–Feira de Santana), cujo intenso tráfego de veículos, provocando elevado número de acidentes, demandava há muito a obra.
Após a homologação do seu nome no colégio eleitoral reunido em sessão especial na Câmara Federal, Tancredo Neves, em memorável discurso, deixa registrado em cada cidadão brasileiro a conclusão dolorosa de um tempo marcante na vida do pais: “As sequelas materiais de uma ditadura são superáveis, ainda que a longo prazo; mas a destruição moral e ética que provoca é, por todo a tempo, irremediável”.
Em solenidade presidida pelo governador João Durval Carneiro, é inaugurada em Salvador a TV Bahia, canal 11. Inicialmente transmitindo a programação da TV Manchete, mais tarde passaria a integrar a Rede Globo de Televisão.
O presidente eleito anuncia o seu ministério, do qual fazem parte três baianos: Waldir Pires na Previdência Social, Antônio Carlos Magalhães, nas Comunicações, e Carlos Santana, na Saúde.
No dia da sua posse como presidente da República, pela manhã, Tancredo Neves é levado às pressas para o Hospital de Base de Brasília, aparentemente com uma simples diverticulite. Interinamente, assume o governo o vice Jose Sarney que, no mesmo dia, dá posse aos ministros escolhidos.
A Assembleia Legislativa da Bahia, em sessão especial, presta homenagem ao presidente Tancredo Neves, ainda hospitalizado.
O presidente em exercício, José Sarney encaminha mensagem determinando que Camaçari e Candeias deixem de ser área de segurança nacional, passando a escolher diretamente os seus prefeitos.
Prefeitos e líderes políticos encaminham documento ao Legislativo, solicitando providências para amenizar a seca que se abate sobre a região de Irecê.
Os ministros baianos Antônio Carlos Magalhães e Waldir Pires são condecorados pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais.
O jornalista Samuel Celestino, da editoria política do jornal A Tarde, é nomeado pelo ministro da Justiça para a chefia da agencia regional da Empresa Brasileira de Notícias – EBN.
É inaugurado pelo governador o aeroporto de Feira de Santana, cuja pista tem capacidade pare receber aviões de grande porte.
Em pronunciamento da tribuna da Assembleia Legislativa, o deputado Luís Eduardo Magalhães condena a proposta do governo federal de injetar Cr$ 900 bilhões no Banco Sul Brasileiro. O deputado argumenta que a “reserva de contingência”, de que o governo pretende se utilizar, existe para socorrer o próprio governo em períodos de dificuldades, “como a dos 240 mil nordestinos desabrigados por causa das enchentes, após cinco anos de estiagem.

Mero na luta ecológica
Morre, aos 75 anos, após trinta e nove dias de agonia entremeados por sete cirurgias, o presidente Tancredo Neves. Apesar de eleito, ainda, pelo colégio eleitoral, a sua eleição sinaliza para novos tempos, porque as oposições ao regime militar vigente chegam ao poder. Num momento de grande emoção e angustiante expectativa dos brasileiros, o pais mostra maturidade na posse imediata do vice José Sarney. A transição democrática se concretiza. “os militares voltam aos quartéis”. Bem ilustrativo desse episódio é a saída do último presidente militar. João Batista de Figueiredo, que se retira estrategicamente do Palácio do Planalto, recusando-se a transferir o cargo a José Sarney.
O Partido da Frente Liberal – PFL é oficialmente instalado na Bahia, com a eleição de Rui Bacelar para presidente da Comissão Diretora Regional Provisória.
O governador João Durval inaugura o primeiro “sacolão” da Bahia, sistema de vendas a varejo de produtos hortifrutigranjeiros.
A Barragem de Santa Helena, construída para regularizar o abastecimento de água na Região Metropolitana de Salvador, não suportando o volume extra causado pelas fortes chuvas na região, rompe-se, inundando todo o Vale do Rio Jacuípe, com grandes prejuízos aos habitantes e veranistas, que tem suas casas inundadas.
Em Feira de Santana, é inaugurado o Estádio Joia da Princesa, que se classifica entre os melhores estádios do país para a prática do futebol.
Realiza-se ato de repudio ao parecer favorável à aprovação do projeto de divisão da Bahia, de autoria do deputado Fernando Gomes. Diversas personalidades, entre políticos, artistas e intelectuais, além do povo em geral, começam a se articular em defesa da integridade territorial da Bahia, contra o projeto divisionista.
O governador João Durval sanciona a lei que estabelece, para administração pública do estado, o conceito de microempresas e efeito de isenção do pagamento de tributos estaduais. A medida beneficia cerca de 55.000 microempresas.
O presidente José Sarney, atendendo a antiga reivindicação da região, cujo população busca por todos os meio a preservação das belezas regionais, edita decreto transformando a Chapada Diamantina em Parque Nacional.

Morro do Pai Inácio, Chapada Diamantina.
É inaugurado pelo governador João Durval, em Salvador, o Projeto Integrado Cajazeiras-Fazenda Grande, que se constitui num grande conjunto residencial para 150 mil pessoas.
Outra importante realização do governador é a expansão do programa da Cesta do Povo, que neste ano ultrapassa o número de trezentas lojas em todo o estado.
O escritor João Ubaldo Ribeiro ganha o Prêmio Jabuti, na categoria romance, com o seu livro “Viva o Povo Brasileiro”, que recebe extensos elogios da crítica especializada. Lançado no ano anterior, o romance compõe um imenso painel histórico, desde as guerras da Independência até os efervescentes anos 70.
Waldir Pires, ministro da Previdência Social, é homenageado pela Câmara Municipal de Salvador, que lhe outorga o título de Cidadão Soteropolitano.
O Presidente José Sarney, atendendo as reivindicações e expectativas dos estudantes de todo o pais, sanciona a lei que legaliza a União Nacional dos Estudantes. A entidade teve vida legal, anteriormente, entre 1942 e 1964.

João Ubaldo Ribeiro
É inaugurada pelo governador João Durval, em Salvador, a Av. Jorge Amado, fazendo uma das ligações entre a orla marítima e a Av. Paralela (outra dessas ligações é realizada pela Av. Dorival Caymi, inaugurada no início do ano). O governador inaugura ainda mais uma obra de destaque, dessa vez em Feira de Santana – a Av. João Durval Carneiro.
Após 23 anos sem eleições diretas para prefeitos das capitais, os eleitores de Salvador voltam a eleger o seu prefeito. É eleito para o cargo Mário de Mello Kertész, do PMDB e ex-prefeito da cidade.
Motivo de grande orgulho e satisfação para os baianos, a Cidade do Salvador é reconhecida pela Unesco como “Cidade Monumento”. O Centro Histórico da cidade é considerado “Patrimônio da Humanidade”.
E implantada no Polo Petroquímico de Camaçari a Companhia Brasileira de Esteroide – Córtex, pioneira no Brasil na produção de corticoides.
Pressionadas pela recessão do mercado de construção, registra-se que mais de 50% das empreiteiras e incorporadoras fecharam as portas em 1984.
Em decorrência do significativo aumento dos níveis de desemprego, cresce o número de ambulantes nas margens das rodovias que ligam Salvador ao interior do estado.
A cultura da soja já é uma realidade e sua consolidação traz progresso e valorização ao oeste baiano.
É inaugurado, no Centro Industrial de Aratu, o Distrito Industrial de Calçados e Artefatos, que congrega 18 empresas do ramo.
Morre aos 38 anos o jornalista José Carlos de Abreu Prata, diretor do Comitê de Imprensa da Assembleia Legislativa. Em homenagem póstuma, passa a levar o seu nome a sala destinada ao acompanhamento pela imprensa dos trabalhos do plenário.
Morre em Santa Maria da Vitória, aos 103 anos, Francisco Biquiba, o mestre Guarani, criador das famosas carrancas do São Francisco, esculturas em madeira, com rostos disformes e expressões aterrorizantes, que são postas nas proas dos barcos que navegam no grande rio, com a intenção de “espantar os maus espíritos”.
Desaparece aos 82 anos o professor Pedro Calmon Muniz de Bittencourt, natural de Amargosa. Bacharel em direito, exerceu mandatos de deputado estadual e federal. Foi reitor da Universidade do Brasil (atual UFRJ) entre 1948 e 1966 e ministro da Educação e Saúde no período 1950-1951. Historiador, jurista, escritor e jornalista, deixou mais de cem obras publicadas, sendo a sua História do Brasil (em 7 volumes) referencial obrigatório para os estudiosos do país. Foi o autor do projeto de criação da Universidade da Bahia, em 1935. Candidatou-se ao governo do estado, em 1954, sendo derrotado por Antônio Balbino.
Morre a ex-deputada Ana Oliveira. Nascida em 1913, em Serrinha, iniciou sua carreira política como vereadora de Juazeiro, em 1934 exercendo quatro mandatos consecutivas. Foi a segunda mulher baiana a ocupar uma vaga na Assembleia Legislativa, elegendo-se continuamente por cinco legislaturas (1963 a 1979).
Morre o ex-presidente Emílio Garrastazu Médici, o terceiro presidente militar pós-64, que comandou um dos períodos de maior repressão política e cerceamento das liberdades democráticas da história recente do pais.
O escritor Jorge Amado toma posse na Academia de Letras da Bahia.
O jornalista Jorge Calmon é homenageado pela Academia Brasileira de Letras com a medalha Machado de Assis.
É realizado com êxito em Feira de Santana, no Hospital dom Pedro de Alcântara, o primeiro transplante de rim no interior baiano.
São descobertos sítios arqueológicos com datação de 11 mil anos nos municípios de Gentio do Ouro, Xique-Xique, Central, Morro do Chapéu, Jacobina e Irecê.
O sr. Isidro Monteiro é homenageado pela Câmara Municipal de Salvador com a medalha Tomé de Sousa, pela sua dedicação aos menores carentes. Ele criou mais de 350 crianças.
A peça “A Caverna”, de Walter Smetak, com direção de Paulo Dourado, e considerada um dos melhores espetáculos do ano. Paulo Dourado dirige atualmente a Escola de Teatro da UFBA, em parceria com a dramaturga Cleise Mendes, incansável e brilhante contribuidora, em diversas frentes, para o crescimento da nossa arte cênica.